2º dia
Logo que estávamos chegando a Berlin, no voo vindo de Madrid, me chamou a atenção o verde em torno e dentro da cidade. A segunda coisa que admirei foram as dezenas de cataventos para captação de energia eólica. Enquanto no Brasil isso é apenas um tema de masturbação mental, a Alemanha investe pesado nessa energia limpa e desmancha o seu esquema de energia nuclear, no qual eles também foram pioneiros.
Quando o avião vai descendo, a arquitetura da cidade salta aos olhos. Os prédios são baixos e têm uma arquitetura própria. Gostei muito. O aeroporto me pareceu pequeno e apertado para uma capital. Um mundo de gente esperando as malas na esteira, do meu voo, de Paris e de outro lugar que não me lembro mais. Ao sair, o guarda pediu para ver a bolsa de mão de Andréa que eu estava puxando. Foi super educado e gentil, talvez depois que disse que era do Brasil. O assunto logo foi pro futebol, que era o assunto de 99% dos alemães ontem. E o Bayern de Munique perdeu nos pênaltis…
Pegamos o carro alugado, um Hyundai i20. Muito bom, confortável, fácil de dirigir. Pegamos a estrada e viemos para Leipzig. Enfiei o pé no acelerador para fazer de conta que sou o filho do Eike, mas só cheguei a 160km/h. Pra fazer de conta melhor, eu precisava alugar uma Ferrari… A estrada era excelente, mesmo correndo não há sensação de medo, mas quando eu olhava o velocímetro, tirava um pouco o pé.
Com essa velocidade toda, rapidamente chegamos a Leipzig. Aí começou a perdição! Nos perdemos várias vezes, lamentei não ter pago €140,00 pelo aluguel do GPS. E foi escurecendo, o jogo acabou, as ruas foram ficando desertas com a ressaca pós-derrota, e eu fui ficando com medo. Bique com fome, com sono, começou a ficar nervoso. Depois de uma rápida discussão, ele tomou informação com uma taxista que consegui explicar como a rua que chegava aqui no Hotel. Só pra falar o nome da rua, Zschochescher, já dava vontade de chorar. O mapa com microletras a prova de quem tem mais de 40… Ele foi acompanhando o mapa e chegamos, depois de umas três horas rodando pela cidade. Leipzig é bem maior do que esperava! Passamos pelos pontos turísticos umas 6 vezes!
Chegamos no hotel e tudo por perto estava fechado, até as lojistas de conveniência dos postos de gasolina. Arriscamos e voltamos no caminho ara o centro, já passava de meia-noite. Só faltou jogarmos migalhas de pão pelo caminho. Mas se a gente tivesse pão, teríamos comido… Quase no centro, achamos um posto aberto, compramos sanduíches, água e Coca-Cola, e voltamos rapidamente, antes que aquele portal mágico que nos levava ao hotel se fechasse novamente.
Comemos, tomamos banho e fomos dormir 2 horas da manhã, 21h no Brasil.
Hoje acordamos 8h, tomamos café da manhã no restaurante do hotel, muito bom por sinal, e saímos para nossos compromissos culturais.
Achamos o caminho de primeira, Bique trabalhando como GPS, olhando o mapa e os nomes nas placas na rua. Fomos assistir um concerto na Mendelssohnhaus, ou seja, a casa onde Mendelssohn viveu e foi transformada posteriormente em museu. Sentamos na sala e imediatamente antes de começar, vi um grupo chegar e achei que um homem que chegou parecia com Afonso Romano de Sant’Anna. Mas achei que era mais fácil ser um turco. Depois do concerto, estava fotografando e um casal estava conversando em português. Falei com eles, e eles faziam parte de um grupo de BH que estava excursionando pela Alemanha, seguindo os passos de Bach, desde Frankfurt, até Hamburgo. Achei muito interessante, eu seguindo Hahnemann e eles, Bach. E é claro, era Afonso Romano de Sant’Anna e Marina Colassanti. Não posso viajar que sempre encontro um mineiro. Em 1997, estava em Kathmandu, e encontrei também um grupo de MG.
Depois fomos a uma exposição sobre a história da divisão e reunificação das Alemanhas. A queda do muro me deu ideia para um artigo para a Personare. A história é de arrepiar. Acredito que a história da ditadura que está sendo resgatada no Brasil será de igual importância.
Seguimos para o almoço. Atrás do Gewandhaus, um teatro majestoso, há muitas ruas de pedestres com lojas e restaurantes, o Markt. Escolhemos um com o sugestivo nome de Número 1 das Batatas. Comemos bem! Um prato para 2 ou mais, com carne de boi, de porco e peito de peru, batatas coradas, legumes muito bem temperados no vapor e batatas recheadas com creme holandaise. E cerveja geladinha para acompanhar. Tudo delicioso!
Terminamos o dia assistindo um espetáculo do Leipziger Ballet, muito emocionante, alternando medo com amor com trsiteza com alegria! Perfeito final de dia!