O Natal Dentro de Mim

 >>Este artigo foi originalmente escrito para o site O Pensador Selvagem.

O Natal é a comemoração do aniversário de Jesus Cristo. Hoje este significado se diluiu muito nos apelos publicitários, e é muito mais a comemoração dos presentes e da ceia. Até aí, tudo bem, afinal estaremos comendo junto com pessoas que amamos e trocando presentes com elas. Por que precisa ser tão estressante? O primeiro motivo de estresse é a escolha do local da ceia. Alguém vai ser desagradado, porque o momento top é a ceia na noite de 24 de dezembro. Assim, quem “sobra” para o almoço ou, pior ainda, a tarde do dia 25, se sente imensamente desprestigiado. Quem é casado ou é filho de pais separados sabe bem do que estou falando.

Segundo motivo de estresse: os presentes. É preciso escolher algo que o presenteado goste e que não vá achar barato demais. (Com certeza no dia 26 tudo estará mais barato mesmo, por isso este ano eu já avisei que os presentes vão atrasar. Um pouco de cara de pau ajuda…). Eu ando pelas ruas aqui em Friburgo, no Rio ou em Niterói, e parece que todos estão fazendo as últimas compras antes do ataque nuclear. Que correria! E quando você cumpre todo aquele ritual e o presente não agrada, o presenteado sorri com aquele sorriso amarelo que você traduz como “vou passar isso adiante para o primeiro aniversariante do ano.” Como deve ser difícil fazer aniversário em janeiro…

E o aniversariante do Natal continua esquecido. Encontrei uma frase de um poeta alemão do século XVII chamado Angelus Silesius: “Mesmo se Cristo nascesse mil vezes em Belém, e não dentro de você, então você permanecerá perdido para sempre.” As preocupações com a ceia e os presentes nos afastam cada vez mais desta possibilidade de Cristo nascer dentro de nós. Elas encobrem esta dificuldade que temos de buscar o espiritual lá além da prática religiosa, além dos discursos cheios de palavras cristãs, onde encontramos nossas limitações, dúvidas e medos, ou seja, dentro de nós mesmos.

Cristo nasce dentro de nós quando resolvemos transformar nossas vidas, nosso jeito de ser, tornando concretos conceitos como “amar o próximo”, “perdoar 7×77 vezes”, “buscar as coisas do alto”, etc. Enquanto estas frases forem apenas conceitos, peças retóricas, Cristo ainda não nasceu dentro de nós.

Este ano eu resolvi colocar um pouco (pouco mesmo) mais de Cristo no meu Natal. Junto com minha mulher e minhas filhas fizemos um presépio de argila, com nossas próprias mãos, e esta vivência já foi muito importante, porque enfatiza QUEM é o homenageado. Tenho procurado ler mais sobre o assunto e tenho entrado em contato com os amigos, aqueles que eu gostaria de ter tido mais contato durante o ano e não pude. Pelo menos estou ligando para desejar feliz Natal, para saber como anda a vida deles, ao invés de passar o tempo todo olhando para meu umbigo. É pouco, muito pouco, mas é um início.

Feliz Natal para você e não se esqueça do aniversariante!

O Que É Espiritualidade

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Do livro: “ESPIRITUALIDADE – Um Caminho de Transformação”

de Leonardo Boff

Agora cabe colocar diretamente a pergunta: afinal, o que é espiritualidade? Uma vez fizeram esta pergunta ao Dalai-Lama e ele deu uma resposta extremamente simples: “Espiritualidade é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior”.
Não entendendo direito, alguem perguntou novamente:
– Mas se eu praticar a religião e observar as tradições, isso não é espiritualidade?
O Dalai-Lama respondeu:
– Pode ser espiritualidade, mas, se não produzir em você uma transformação, não é espiritualidade. E acrescentou:
– Um cobertor que não aquece deixa de ser cobertor.
Então atalhou a pessoa:
– A espiritualidade muda ou é sempre a mesma coisa?
E o Dalai-Lama falou:
– Como dizem os antigos, os tempos mudam e as pessoas mudam com ele. O que ontem foi espiritualidade hoje não precisa mais ser. O que em geral se chama de espiritualidade é apenas a lembrança de antigos caminhos e métodos religiosos.
E arrematou:
– O manto deve ser cortado para se ajustar aos homens. Não são os homens que devem ser cortados para se ajustar ao manto.

Parece-me que o principal a ser retido desse pequeno diálogo com o Dalai-Lama é que espiritualidade é aquilo que produz dentro de nós uma mudança. O ser humano é um ser de mudanças, pois nunca está pronto, está sempre se fazendo, física, psíquica, social e culturalmente. Mas há mudanças e mudanças. Há mudanças que não transformam nossa estrutura de base. São superficiais e exteriores, ou meramente quantitativas. Mas há mudanças que são interiores. São verdadeiras transformações alquímicas, capazes de dar um novo sentido à vida ou de abrir novos campos de experiência e de profundidade rumo ao próprio coração e ao mistério de todas as coisas. Não raro, é no âmbito da religião que ocorrem tais
mudanças. Mas nem sempre. Hoje a singularidade de nosso tempo reside no fato de que a espiritualidade vem sendo descoberta como dimensão profunda do humano, como o momento necessario para o desabrochar pleno de nossa individuação e como espaço da paz no meio dos conflitos e desolações sociais e existenciais.

A Primeira Árvore de Natal

Presépio

A primeira Árvore de Natal
( conto tradicional da Alemanha)
Em Nazaré, aquela região tranquila em que crescia o Menino Jesus, vivia uma pobre mulher. Deus havia lhe presenteado com sete filhinhos, mas não havia pão suficiente para alimentá-los. A fome era hóspede constante naquela casa.
O pai já estava debaixo da terra e o trabalho das mãos da mãe não bastava para encher as sete barriguinhas. Mas Deus não abandona os Seus. Enviou-lhes seu próprio Filho, o Menino Jesus, que muitas vezes brincava com as
crianças. E quando ficavam cansados de correr e brincar, Jesus levava o grupinho para sua casa. Mãe Maria então esquentava leite, uma grande jarra cheinha, cortava uma montanha de fatias de pão e passava manteiga e mel nelas. E as crianças famintas avançavam alegres a conquistar aquela montanha e depois voltavam felizes e satisfeitas com a sua mãezinha.
O pequeno Menino Jesus havia completado sete anos. Mãe Maria não havia deixado passar esse dia sem ter realizado muitos desejos de seu querido filho. Quando Jesus, durante a noite, cansado e feliz, deitado na sua caminha, relembrava os grandes acontecimentos de seu sétimo aniversário, pensou de repente nos seus amiguinhos pobres, que com certeza nunca haviam recebido um presente no seu aniversário. Quietinho saiu de sua cama, chamou os seus sete anjinhos, pegou seus mais lindos brinquedos e de camisola pôs-se em direção a cabana no outro fim da aldeia, onde moravam as crianças pobres.
E mandou o primeiro anjinho à arvorezinha milagrosa chamada “Sacuda-te” buscar seus frutos que eram lindas roupinhas, vestidos, sapatos e meias quentinhas. O segundo anjinho foi enviado para buscar guloseimas no “País Doce”, outro teve que trazer frutas deliciosas do Jardim do Paraíso, o quarto foi buscar estrelinhas douradas da Via Láctea, e assim cada anjinho recebeu sua tarefa e sua encomenda.
E chegaram finalmente, carregados com seus tesouros, à casinha da viúva. Tudo estava escuro e silencioso. No jardim pequeno em frente da casinha havia entre canteiros de batatas e algumas flores, um pequeno cedrinho solitário, plantado para servir de repouso aos pássaros. Nos seus galhos o Menino Jesus pendurou todos aqueles belos presentes, que Ele e seus anjinhos haviam carregado até lá. E os anjinhos ajudaram, pondo os mais lindos enfeites nos galhos mais altos que o Menino não alcançava. Às vezes um fio de cabelo angelical dourado ficava preso nos galhos verdes iluminando aquelas maravilhas todas. Em cada galho e galhinho havia algo, uma maçã, um sapatinho, uma noz que havia ficado dourada ao encostar na asa de um anjo, um brinquedo, uma blusinha, um doce ou até uma estrelinha brilhante. Tendo pendurado o último presente na árvore, Jesus afastou-se silenciosamente, despediu os anjos prestativos, agradecendo-lhes a ajuda e deitou-se na sua caminha, feliz da vida.
Imaginem a alegria das crianças pobres ao ver na manhã seguinte aquela estranha árvore em frente da sua casa. Pegaram-se pelas mãos e dançaram em volta da arvorezinha milagrosa. Mais feliz ainda estava Jesus, e ficou tão contente com sua boa idéia, que decidiu fazer o mesmo em cada aniversário seu: dar essa alegria a muitas crianças, se possível, a todas as crianças do mundo.
Assim o dia de Natal transformou-se na festa mais abençoada do ano, e não há outro dia em que haja mais rostos felizes e corações alegres. Mesmo o homem mais pobre tem sua árvore de Natal, por mais humilde e pequena que seja, e alguma bondosa pessoa, de perto ou de longe, terá para ele um presente, para que a felicidade não deixe de existir no mundo.
Essa é a história da primeira árvore de Natal.
Noite de Luz – vol.2
contos para o Advento e Natal – coletânea de Karin E. Stasch
Que neste Natal saibamos reconhecer os presentes que Jesus coloca na nossa
árvore de Natal, e estejamos sempre prontos a ajudá-lo a enfeitar as árvores
de nossos irmãos.
FELIZ NATAL

A Primeira Árvore de Natal

Presépio

A primeira Árvore de Natal
( conto tradicional da Alemanha)
Em Nazaré, aquela região tranquila em que crescia o Menino Jesus, vivia uma pobre mulher. Deus havia lhe presenteado com sete filhinhos, mas não havia pão suficiente para alimentá-los. A fome era hóspede constante naquela casa.
O pai já estava debaixo da terra e o trabalho das mãos da mãe não bastava para encher as sete barriguinhas. Mas Deus não abandona os Seus. Enviou-lhes seu próprio Filho, o Menino Jesus, que muitas vezes brincava com as
crianças. E quando ficavam cansados de correr e brincar, Jesus levava o grupinho para sua casa. Mãe Maria então esquentava leite, uma grande jarra cheinha, cortava uma montanha de fatias de pão e passava manteiga e mel nelas. E as crianças famintas avançavam alegres a conquistar aquela montanha e depois voltavam felizes e satisfeitas com a sua mãezinha.
O pequeno Menino Jesus havia completado sete anos. Mãe Maria não havia deixado passar esse dia sem ter realizado muitos desejos de seu querido filho. Quando Jesus, durante a noite, cansado e feliz, deitado na sua caminha, relembrava os grandes acontecimentos de seu sétimo aniversário, pensou de repente nos seus amiguinhos pobres, que com certeza nunca haviam recebido um presente no seu aniversário. Quietinho saiu de sua cama, chamou os seus sete anjinhos, pegou seus mais lindos brinquedos e de camisola pôs-se em direção a cabana no outro fim da aldeia, onde moravam as crianças pobres.
E mandou o primeiro anjinho à arvorezinha milagrosa chamada “Sacuda-te” buscar seus frutos que eram lindas roupinhas, vestidos, sapatos e meias quentinhas. O segundo anjinho foi enviado para buscar guloseimas no “País Doce”, outro teve que trazer frutas deliciosas do Jardim do Paraíso, o quarto foi buscar estrelinhas douradas da Via Láctea, e assim cada anjinho recebeu sua tarefa e sua encomenda.
E chegaram finalmente, carregados com seus tesouros, à casinha da viúva. Tudo estava escuro e silencioso. No jardim pequeno em frente da casinha havia entre canteiros de batatas e algumas flores, um pequeno cedrinho solitário, plantado para servir de repouso aos pássaros. Nos seus galhos o Menino Jesus pendurou todos aqueles belos presentes, que Ele e seus anjinhos haviam carregado até lá. E os anjinhos ajudaram, pondo os mais lindos enfeites nos galhos mais altos que o Menino não alcançava. Às vezes um fio de cabelo angelical dourado ficava preso nos galhos verdes iluminando aquelas maravilhas todas. Em cada galho e galhinho havia algo, uma maçã, um sapatinho, uma noz que havia ficado dourada ao encostar na asa de um anjo, um brinquedo, uma blusinha, um doce ou até uma estrelinha brilhante. Tendo pendurado o último presente na árvore, Jesus afastou-se silenciosamente, despediu os anjos prestativos, agradecendo-lhes a ajuda e deitou-se na sua caminha, feliz da vida.
Imaginem a alegria das crianças pobres ao ver na manhã seguinte aquela estranha árvore em frente da sua casa. Pegaram-se pelas mãos e dançaram em volta da arvorezinha milagrosa. Mais feliz ainda estava Jesus, e ficou tão contente com sua boa idéia, que decidiu fazer o mesmo em cada aniversário seu: dar essa alegria a muitas crianças, se possível, a todas as crianças do mundo.
Assim o dia de Natal transformou-se na festa mais abençoada do ano, e não há outro dia em que haja mais rostos felizes e corações alegres. Mesmo o homem mais pobre tem sua árvore de Natal, por mais humilde e pequena que seja, e alguma bondosa pessoa, de perto ou de longe, terá para ele um presente, para que a felicidade não deixe de existir no mundo.
Essa é a história da primeira árvore de Natal.
Noite de Luz – vol.2
contos para o Advento e Natal – coletânea de Karin E. Stasch
Que neste Natal saibamos reconhecer os presentes que Jesus coloca na nossa
árvore de Natal, e estejamos sempre prontos a ajudá-lo a enfeitar as árvores
de nossos irmãos.
FELIZ NATAL

O Entusiasmo

Entusiasmo

Swami Chidvilasanda (Obrigado, Tio Aldo)

O entusiasmo torna uma pessoa capaz de atingir sua meta. O entusiasmo o eleva. Quando você se conscientiza de sua enorme capacidade para o entusiasmo, descobre que há algo sagrado em seu interior. O que é?

A resposta está na própria palavra. Se você for às suas raízes, descobrirá que a palavra entusiasmo vem do grego enthusiasmus. A sílaba EN significa “em, dentro ou possuído”. e THEOS significa “Deus”. Assim, a palavra entusiasmo literalmente significa “carregando Deus no interior” ou “possuído pelo Senhor interior”! Quando você está cheio de “entusiasmo”, está cheio da energia de Deus, de um grande poder, de uma graça maravilhosa. Conscientizar-se totalmente do que você carrega em seu interior é herdar todo o paraíso. Essa consciência o liberta por completo das preocupações. Você está preenchido por Deus. O que poderia alquebrar então seu espírito? Essa nova compreensão da palavra entusiasmo evoca um desejo profundo em seu interior.

“Entusiasmo e energia são amigos muito úteis neste mundo. Você já deve ter notado como se sente espontaneamente atraído por pessoas entusiasmadas. Quando alguém está cheio de exuberância e vigor, você quer ficar perto dele.”